O que esperar da Divisão Norte na temporada 2020-21

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As rivalidades canadenses têm tudo para ficarem mais acirradas nesse novo modelo, com a introdução da Divisão Norte. Por conta das restrições de viagem e do fechamento da fronteira entre Canadá e EUA, as equipes do Great White North irão disputar as partidas da temporada regular apenas entre si. Isso significa que teremos muitos confrontos de rivais históricos, o que pode resultar em, no bom e velho linguajar coloquial, tretas. 

Afinal, serão dez Batalhas de Alberta entre Edmonton Oilers e Calgary Flames, e o mesmo número de partidas entre Toronto Maple Leafs e Montreal Canadiens. Além disso, poderemos ver a animosidade crescer com as demais equipes canadenses, afinal Vancouver e Winnipeg também jogarão muitas partidas contra Edmonton e Calgary. Assim como Ottawa tentará atrapalhar o caminho de Toronto e Montreal em sua disputa pelas vagas na pós-temporada. 

Vem com a gente dar uma olhada no que nos aguarda para essa Divisão Norte!

Calgary Flames

Os Flames têm diversas caras novas, muitas delas vindas do Vancouver Canucks. Embora sejam peças experientes e calejadas por anos de carreira na NHL, nomes como Chris Tanev e Jacob Markstrom são contratos que podem trazer arrependimento no futuro. Isso porque ambos já estão na segunda metade das carreiras, e irão enfrentar uma temporada compacta com muitos jogos em um curto espaço de tempo. Pelo lado positivo, a equipe de Calgary pode ver mais um ano no desenvolvimento do center Dillon Dube, que foi um destaque na temporada passada. 

Ainda falando do ataque, Elias Lindholm se adaptou aos Flames e hoje é uma peça importante na ofensiva do time de Alberta. Na defesa, além do capitão e ganhador do Norris Trophy Mark Giordano, a equipe conta com Rasmus Andersson. Ele está em ascensão como parte da espinha dorsal da blue line. Entretanto, o time também possui Noah Hanifin, draftado em quinto em 2015, que ainda não atingiu todo o potencial que se esperava dele. Mas se o jovem americano conseguir seguir pelo caminho certo este ano poderá ser um diferencial no desempenho de Calgary.

As projeções matemáticas colocam os Flames no meio da tabela da divisão, com uma pontuação entre 61 e 65 pontos e um posicionamento entre o terceiro e o quarto lugar (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com), com cerca de 70% de chances de classificação para os playoffs. Pode ser que a equipe supreenda e, com ajuda do ataque liderado por Matthew Tkachuk (meu time do fantasy agradeceria) e Johnny Gaudreau, o time conseguiria fazer uma longa campanha pela Stanley Cup, mas infelizmente os números não estão do lado de Calgary dessa vez.

A maior contribuição que podemos pedir para os Flames nesta temporada é nos fornecer entretenimento! Afinal, a “peste do Oeste”, Matthew Tkachuk, vai atazanar não apenas Zack Kassian e os Oilers, como também o próprio irmão, Brady, e os seus Ottawa Senators. Por isso te pergunto: você acha que a Matthew Tkachuk Friendship Tour irá ganhar mais algumas paradas em 2021? Os Flames têm chances para a pós-temporada? Conte para a gente nos comentários!

Edmonton Oilers

O lugar aonde as estrelas do século XXI vão morrer? Talvez. Mesmo sem o GM-desastre Peter Chiarelli, a situação em Edmonton não é das melhores. Afinal, a equipe foi eliminada pelos frangalhos de uma dinastia em colapso, o Chicago Blackhawks, no round de play in da bolha este ano. Os Oilers têm o melhor jogador de hockey da atualidade em seu capitão Connor McDavid e o melhor jogador da última temporada, o wunderkind Leon Draisaitl. Ainda assim, conseguiram participar dos playoffs apenas uma única vez desde 2015, quando McDavid foi draftado. 

Mas nem tudo são espinhos para Edmonton. Com suas duas maiores estrelas com mais um ano de experiência profissional, pode ser que eles finalmente passarão a ter coadjuvantes que contribuirão para vitórias. Em termos de profundidade no roster, os Oilers têm um elenco que deverá aguentar o ritmo da temporada.

O retorno de Jesse Puljujarvi é uma notícia muito positiva, pois o finlandês tem potencial se conseguir se adaptar à NHL desta vez. Ademais, a adição de Tyson Barrie definitivamente irá ajudar no power play da equipe. Entretanto, os Oilers definitivamente irão sentir falta de Oscar Klefbom, que estará fora da temporada por causa de uma lesão no ombro. Outro problema é a falta de um goleiro confiável, já que seu tandem de goleiros deixa a desejar com Mike Smith e Mikko Koskinen. 

As projeções matemáticas colocam Edmonton em lugares que vão da quarta à sétima posição na tabela da divisão, com uma pontuação entre 60 e 64 pontos (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com), com cerca de 64% de chances de classificação para os playoffs. Seria uma pena não poder ver Connor McDavid nos playoffs, tendo em vista o seu talento. No entanto, a classificação dos Oilers não reside apenas nas costas do canadense e de seu companheiro alemão, e sim das peças complementares. Conte-nos sua opinião, a equipe irá conquistar um lugar na pós-temporada? Será que esse elenco dos Oilers tem gás para surpreender? Comente aqui suas expectativas!

Montreal Canadiens

A vitória sobre o Pittsburgh Penguins no play in pode ter tirado as esperanças da torcida de terem uma estrela franco-canadense em seu roster, mas trouxeram de volta a animação em relação aos Habs. Depois de exercerem pressão sobre o Philadelphia Flyers no primeiro round dos playoffs, Montreal mostrou que não está tão longe de ser uma equipe competitiva. O time do Quebec tem variedade em seu elenco, embora não possua uma grande estrela entre seus patinadores. 

Com Carey Price ainda jogando em alto nível, Montreal se viu forçando seu goleiro a disputar partidas seguidas por falta de um reserva convincente. Agora, com o recém-chegado Jake Allen, os Canadiens têm mais fôlego para enfrentar um calendário frenético. Os jovens Nick Suzuki e Jesperi Kotkaniemi devem continuar em seu desenvolvimento. E, embora Max Domi tenha sido uma perda razoável, se Josh Anderson conseguir se manter saudável ele poderá ajudar no ataque dos Habs. Além disso, Brendan Gallagher continua como o principal nome do ataque, e os veteranos Shea Weber e Jeff Petry trazem constância para a defesa dos Canadiens. 

As projeções matemáticas colocam Montreal muito bem classificado na tabela da divisão, pontuando entre 63 e 70 pontos (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com), disputando a primeira colocação do Norte. A durabilidade de Carey Price e Jake Allen, ambos já na casa dos 30 anos, é a grande questão acerca deste elenco. Será que eles conseguirão sair vitoriosos da grande batalha do Canadá? Vamos ter poutine na Stanley Cup esse ano? Deixe sua opinião nos comentários!

Ottawa Senators

Um dos grandes sacos de pancadas da Liga atualmente, o Ottawa Senators vem cultivando seus prospects nos últimos anos. Embora tudo parecesse caótico durante um período de escuridão, os raios de luz vão entrando pela janela pouco a pouco. A começar por Brady Tkachuk, um dos destaques da última temporada da equipe e principal estrela dos Sens hoje, cujo estilo de jogo só tem a ganhar com várias partidas contra os mesmos adversários, que instigam rivalidades. TkachukBowl, anyone?

Além das novidades veteranas entre os patinadores, que incluem Derek Stepan, Evgenii Dadonov, Alex Galchenyuk e Erik Gudbranson, a equipe contará com o recém-draftado Tim Stützle. O alemão, que estava no World Juniors com sua seleção, fará sua estreia profissional na NHL nesta temporada mesmo, e tem tudo para ser muito importante no rebuild de Ottawa. Outro novato no plantel dos Sens é o goleiro Matt Murray, vindo de Pittsburgh, que espera reencontrar sua melhor forma e seu melhor hockey na capital canadense. 

As projeções matemáticas colocam Ottawa na lanterna da tabela da divisão, pontuando entre 49 e 55 pontos  (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com), sem qualquer chance prática de chegar à pós-temporada. Será que os Sens serão os azarões da temporada e complicarão a vida dos outros times canadenses? Como o jovem Tim Stüztle irá se adaptar à Liga? O dono dos Senators vai deixar de ser muquirana com contratos? Conte pra gente nos comentários!

Toronto Maple Leafs

Os Leafs vão começar a temporada com uma das adições mais inusitadas da Liga, o veterano Joe Thornton. Além dele, outras novidades para o bottom six da equipe incluem Jimmy Vesey e o veterano Wayne Simmonds, que ainda pode contribuir em um papel reduzido. Na defesa, o recém-chegado TJ Brodie tentará ajudar o que é o ponto fraco da equipe. No mais, pode ser que o jovem Rasmus Sandin ganhe oportunidades de brilhar no decorrer da temporada. Toronto tem, possivelmente, o maior número de estrelas por metro quadrado de roster

Afinal, Auston Matthews, Mitch Marner, William Nylander e John Tavares representam quase 50% do cap hit dos Leafs, com pouco mais de 40 milhões de dólares em salários. Depois de uma eliminação no play in para o Columbus Blue Jackets, os superstars precisam mostrar que conseguem fazer uma campanha pela Stanley Cup. Entretanto, a maior incógnita de Toronto no ano passado foi o gol. Frederik Andersen está em seu último ano de contrato, e teve uma temporada esquecível em 2019-20, mas o dinamarquês deverá se recuperar. Com Jack Campbell como reserva, o técnico Sheldon Keefe terá uma opção para descansar Andersen. 

Com o melhor grupo de atacantes da divisão (e talvez da Liga), Toronto fica em primeiro em duas das três previsões consultadas, com algo entre 66 e 72 pontos (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com). A equipe só ficaria de fora dos playoffs em um caso altamente improvável, já que tem cerca de 94% de chances de chegar até a pós-temporada. Será esse o ano dos Leafs? O primeiro grande evento pós-vacinação na cidade de Toronto poderá ser a parade? Se esse for o caso, chamem a gente do NHeLas (com vacina inclusa)! Até quando Auston Matthews vai usar o look bigodinho pornochanchada? Deixe sua opinião para a gente sobre o potencial dos Leafs e se seus superstars irão chamar a responsabilidade para si nesses playoffs!

Vancouver Canucks

A campanha da equipe durante a bolha surpreendeu muita gente e deu um sopro de esperança para a torcida. Com a emergência de jovens talentosos como Elias Pettersson (que deveria ter seu próprio reality show) e Quinn Hughes (que parece que não dorme uma noite inteira desde que saiu das fraldas), parecia que os Canucks estavam à beira de uma ascensão. Mas a offseason fez com que eles perdessem alicerces da franquia, como o goleiro Markstrom e o defensor Tanev. Parece que junto com isso também foi embora um pouco da noção, já que Adam Gaudette e Tyler Motte decidiram que trocar socos era uma boa forma de entrar no ritmo para a temporada.

A chegada de Nate Schmidt foi fundamental para que a defesa da equipe se reestabelecesse na blue line. Além disso, o goleiro Braden Holtby terá a oportunidade de reencontrar seu melhor hockey e servir de mentor para Thatcher Demko, com quem deve dividir o gol. No ataque, Brock Boeser e JT Miller são jogadores de qualidade que podem dividir o poder de fogo da equipe nas duas primeiras linhas. E claro, o poder de decisão dos seus jovens superstars em Pettersson e Hughes por si só é uma vantagem para Vancouver. 

As projeções matemáticas colocam os Canucks entre o quarto e o sexto lugar da tabela da divisão, pontuando entre 58 e 62 pontos  (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com), com chances menores de chegar à pós-temporada, cerca de 45% no cenário mais positivo. E você, acha que Vancouver pode surpreender? Ano passado a equipe foi a salvação do meu bracket, e o fator de múltiplos confrontos poderá ser uma vantagem ou desvantagem, nos resta apenas aguardar para saber. P.s.: a autora gostaria de peticionar por um reality show do Pettersson em nome do NHeLas, se você trabalha para os Canucks e está lendo esse texto, manda uma DM para a gente!

Winnipeg Jets

Não é segredo que os free agents da NHL são Winnipeg-fóbicos. O frio, os impostos, as planícies, a falta de Wi-Fi, tudo isso é um empecilho para a equipe conseguir que atletas que podem assinar com quem quiserem optarem pelos Jets. Ainda assim, os Jets têm o melhor goleiro do mundo na atualidade, Connor Hellebuyck, e muitos jogadores importantes. Embora todo dia surja um novo rumor de troca que envolva Patrik Laine, o winger finlandês tem um dos tiros mais perigosos da Liga e, até onde sabemos, vai ficar em Winnipeg (por enquanto). 

O elenco da equipe inclui o capitão Blake Wheeler, o center Mark Scheifele, o winger Kyle Connor e o (quase sempre esquecido no churrasco) Nikolaj Ehlers, uma das maiores forças ofensivas dos Jets. O maior problema dos Jets reside na defesa, que sofreu com a aposentadoria de Dustin Byfuglien e com a debandada de Jacob Trouba. Ainda assim, Dylan DeMelo foi uma aquisição importante para compor a blue line, que também conta com Josh Morrissey e Neal Pionk. O jovem Ville Heinola também pode fazer uma aparição durante a temporada e, se provar que dá conta do recado, se tornar parte fixa da defesa. 

Os cálculos divergem quanto às chances de Winnipeg conseguir chegar aos playoffs. As previsões vão do terceiro lugar ao quinto, com uma pontuação entre 61 e 62 pontos (fontes: HockeyViz, Evolving Wild e TheAthletic.com).  E você, acredita nos Jets? Acha que Winnipeg é realmente esse buraco escuro e frio? Para onde Laine vai ser trocado dessa vez? Conte para a gente nos comentários!