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Zero Chill: nova série da Netflix trás muito hockey e patinação artística para fãs de esportes no gelo

Resenha

Zero Chill: nova série da Netflix trás muito hockey e patinação artística para fãs de esportes no gelo

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Resenha de Zero Chill, da Netflix

Antes de entrarmos na resenha da nova série da Netflix, Zero Chill (“Polos Opostos” no Brasil), preciso contar um segredo sobre a equipe NHeLas: a gente adora uma série adolescente. Nem sempre a série é boa. Às vezes é aquele tipo de série que você sabe que é ruim. Porém, continua assistindo do mesmo jeito porque de alguma forma aquilo te prende. Diverte, emociona, faz rir. Quando ficamos sabendo que a Netflix lançaria uma nova produção com hockey, é claro que corremos para assistir e trazer o veredito para vocês. 

“Mac” MacBentley (Dakota Taylor) recebe uma bolsa para jogar na Hammarstöm Academy, uma academia de hockey no Reino Unido. Assim, toda a sua família se muda para a Inglaterra em busca da promessa de Anton “The Hammer” Hammarstöm (Oscar Skagerberg) de transformar Mac em um jogador profissional. O ex-jogador da NHL contrata Luke (Doug Rao), pai de Mac, para atuar como seu técnico assistente — Luke e Anton haviam jogado juntos no início da sua carreira. Porém, quem não gosta nada dessa mudança é Kayla (Grace Beedie). Isso porque, com a mudança, a irmã gêmea de Mac precisou abandonar o seu parceiro de patinação artística, Jacob (Kenneth Tynan), no Canadá. 

A série estreou nessa segunda (15) no catálogo da Netflix, com dez episódios de cerca de 30 minutos cada. Apesar de até agora não ter ficado claro por que escolheram a Inglaterra como local onde a série se passa, o sotaque britânico deixa tudo mais cativante. Tem como principal cenário a Arena Hammarström, onde além do rink que os atletas de hockey e patinação dividem também tem uma lanchonete. O espaço em que Sky Tyler (Jade Ma) trabalha reúne algumas das melhores cenas da série. Outro ponto interessante de ressaltar é a idade dos personagens. Eles são adolescentes, com cerca de 15 anos, e ainda estão no início de suas carreiras esportivas. Dessa forma, toda a narrativa gira em torno da dúvida desses jovens atletas em seguir carreira profissional ou se aquela paixão é apenas um hobby. 

Pontos fortes

  • Seja o hockey ou as apresentações da patinação, o ponto mais alto da série sem dúvida se passa dentro do rink. Muitas cenas dos dois esportes, de forma equilibrada, deixam os fãs dos esportes satisfeitos ao assistir a produção em busca dessas cenas. (Vocês ouviram Spinning Out? Seguimos orfãs dessa série);
  • Mostra-se uma realidade dos bastidores dos esportes e como adolescentes precisam lidar com escolhas que mudam toda a sua carreira;
  • O ritimo da série é muito bom. Mescla momentos emocionantes, engraçados e tensos de forma leve e cativante que te deixa com vontade de assistir até o fim;
  • Tem romance, mas ele não é o ponto principal. As relações de Mac e Kayla, Ava Hammarström (Anastázie Chocolatá) e Anton, e Bear (Jeremias Amoore) e Sam (Leonardo Fontes) estão em primeiro plano. É uma série sobre família e a importância que um núcleo familiar tem na vida de atletas adolescentes, abordado em contextos diferentes em cada núcleo;
  • Apesar de ser uma pontinha bem pequena, temos em Ava todo o preconceito que o hockey feminino ainda enfrenta. A filha do técnico Anton é apaixonada pelo esporte, e tudo que sempre quis foi impressionar o pai no gelo. Porém, foi obrigada pela mãe, a técnica de patinação artística Elina Hammarström (Tanja Ribic), a praticar patinação, uma vez que o hockey é considerado muito violento. O arco da Ava nos faz refletir como, mesmo em uma família que respira esportes de gelo, a ambiguidade e o preconceito com a figura da mulher no hockey ainda é tão presente e que, mesmo ela provando o quanto era uma boa atleta no seu esporte favorito, continuou sendo questionada.  

Entre altos e baixos

Primeiramente precisamos ter em mente que a produção teve como publico alvo pré-adolescentes, sendo classificada no catálogo da Netflix como “Infantil”. No entanto, com séries como Julie and The Phantoms, também voltada para o mesmo público, em mente, podemos levantar algumas críticas. A construção dos protagonistas nos faz ter raiva das atitudes de Mac e Kayla em diversos momentos. Ambos são muito egoístas e fica claro que eles são assim pelas escolhas dos pais em sempre priorizarem a possível carreira de Mac no hockey deixando Kayla e seu sonho na patinação em segundo plano. Entretanto, questiono se esses momentos que nos fazem escolher o Team Mac e o Team Kayla não são partes da construção da dicotomia que existe entre o hockey e a patinação artística. 

Esportes tão diferentes e ainda assim tão próximos pela necessidade de uma habilidade extraordinária em cima dos patins. Essa dualidade me lembra uma entrevista do jogador do Buffalo Sabres, Jeff Skinner. Para quem não sabe, Skinner começou sua carreira no gelo praticando não só hockey como também patinação artistica. Em uma entrevista em 2018, quando ainda jogava pelo Carolina Hurricanes, Skinner mostrou um pouco da sua habilidade artística sobre o gelo e contou como esse passado o ajuda a patinar melhor durante o jogo. 

Ainda, é preciso ressaltar que os plot twists são fracos e previsíveis, mas em momento algum isso estraga a experiência da série, produzida com a promessa de entreter e divertir o espectador. No final há uma abertura para uma possível segunda temporada, porém, infelizmente, acho difícil a Netflix renovar a série para um novo ano. De qualquer forma, há um final para a história contada na primeira temporada. 

Veredito 

Zero Chill é uma série infantil para os fãs de hockey e de patinação artistica. Se você está procurando uma produção leve e curta para se divertir, sem dúvidas essa série é uma boa escolha. Entretanto, não dê play com expectativas de encontrar uma narrativa complexa e diferenciada. E, caso você esteja aqui pelas performances no gelo, tanto o hockey quanto a patinação não deixam a desejar. 

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