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Prévia 2021-22: Divisão Pacífica

Análise

Prévia 2021-22: Divisão Pacífica

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Prévia da Divisão Pacífica da NHL em 2021-22

Se pudéssemos escolher uma palavra para definir a Divisão Pacífica, esta seria (re)construção. Primeiramente é preciso citar a volta da NHL para Seattle com a estreia do Kraken como 32ª franquia da liga. Em seguida, voltamos nossos olhos para times que vêm dependendo dos seus jovens jogadores e a esperança de uma temporada mais consistente. 

É claro que sempre tem a expectativa do Oilers com Connor McDavid e Leon Draisaitl, assim como o time de Vancouver com Elias Pettersson e Quinn Hughes. Talentos individuais empolgam o torcedor em acompanhar a divisão. Mas, quando se trata dos seus times, a Pacífica está longe de ser a divisão mais emocionante.

Vamos conhecer um pouco do que esperar dessas equipes para 2021-22?

Este é o segundo texto de nossas prévias divisionais para a temporada regular da NHL. Vocês podem conferir a prévia para a Divisão Central aqui.

Anaheim Ducks

Para o desespero dos torcedores, o processo de reconstrução dos Ducks parece estar longe de chegar ao fim. Um dos indícios para isso é a renovação da equipe com o capitão Ryan Getzlaf para sua 17ª temporada com o intuito de manter sua figura de liderança no vestiário. Dessa forma, o foco da equipe ainda está nos seus jovens forwards, em especial na linha Trevor Zegras, Max Comtois e Alexander Volkov. 

Os Ducks estão empenhados em amadurecer seus jovens jogadores antes de pensarem em uma troca de liderança. É claro que, agora que suas estrelas em ascensão não são mais rookies, a expectativa é que os Ducks apresentem um time mais entrosado e constante. Entretanto, ainda precisarão enfrentar dois pontos importantes: o powerplay e o número de gols. Afinal, o hockey ainda se vence marcando e não com uma baixa média de idade no banco. 

Calgary Flames

Após não chegarem aos playoffs na temporada anterior e a perda do capitão Mark Giordano para Seattle, os Flames chegam para 2021-22 com alguns desafios e muitos questionamentos. A equipe terá o técnico Darryl Sutter, que substituiu Geoff Ward em março, desde a pré-temporada e pode se beneficiar da experiência do treinador vencedor de duas Stanley Cups (Los Angeles Kings em 2012 e 2014). Entretanto, precisará mostrar um entrosamento melhor no gelo se quiser chegar na pós-temporada este ano.

Um ponto forte da equipe é a boa forma dos forwards Matthew Tkachuk e Johnny Gaudreau. Na temporada anterior, Gaudreau conquistou 49 pontos (19 gols e 30 assistências) em 56 jogos, enquanto Tkachuk marcou 43 (16 gols e 27 assistências). Porém, se por um lado estes jogadores trazem esperança dentro do gelo, eles também podem ser um pesadelo para o GM. Isso porque esta é a última temporada dos contratos de Matthew Tkachuk e Johnny Gaudreau que, hoje, somam 13,75 milhões de dólares contra o cap. Ou seja, ambos os jogadores têm interesse em crescer no gelo para que o próximo contrato também cresça. 

Entretanto, a equipe conquistou nomes de peso nessa intertemporada. Um deles foi Blake Coleman, que chega do Tampa Bay Lightning com um contrato de seis anos. O jogador ajudou o time da Flórida a conquistar a sua segunda Stanley Cup seguida e, sem dúvidas, deseja trazer o sucesso para o norte. 

Edmonton Oilers

Os Oilers seguem um time intrigante de se acompanhar. Se por um lado a equipe tem uma das melhores duplas de forwards, por outro, o time segue sem conseguir provar o valor de seus garotos de ouro. Isso porque é incontestável que a equipe se classifique como um dos melhores após a temporada regular. Em 2020-21, o time de Edmonton teve uma campanha de 35-19-2, porém, foi varrido dos playoffs pelo Winnipeg Jets, que estava longe de ser um dos favoritos. 

Também na temporada anterior, os Oilers tiveram o melhor powerplay na temporada regular e se colocaram em nono quando se trata de penalty kill. Porém, boa parte do problema da equipe é contar apenas com seus jogadores top de linha. Connor McDavid e Leon Draisaitl são os melhores forwards da liga e este posto parece estar longe de ser substituído. Entretanto, ao olhar para o restante do roster, em especial quando se trata de defesa, Edmonton se torna uma grande interrogação, com jogos muito bons ou jogos extremamente ruins. 

Nesta offseason a equipe não fez grandes alterações, não modificando, assim, o estilo de jogo dos Oilers. Entretanto, ao contrário da última temporada reduzida devido à pandemia de COVID-19, o time de Edmonton vai enfrentar seus outros companheiros de divisão e não apenas as equipes canadenses. Assim, um adversário em potencial que pode estragar o sonho do primeiro lugar da divisão é o Vegas Golden Knights que ainda não conheceu uma temporada ruim. Ainda sobre os Oilers, podemos criar expectativas para jogos recheados de gols. O poder ofensivo, que já era forte, teve a adição de Tyler Benson, Warren Foegele, Ryan McLeod, e Brendan Perlini. Dessa forma, a equipe conta com pelo menos seis jogadores com uma média de 20 gols ou mais na temporada. 

Los Angeles Kings

Depois de duas Stanley Cups no currículo, os Kings vêm lutando temporada atrás de temporada para voltarem à nata da NHL. Não é novidade para ninguém que já há alguns anos a equipe está fazendo o seu rebuild. A grande questão é: quando essa reconstrução vai dar resultado? Para 2021-22, os Kings trouxeram os forwards Phillip Danault e Viktor Arvidsson para complementar o elenco. 

Além disso, a grande expectativa do torcedor está nos jovens talentos que tiveram pouco ou nenhum tempo de gelo na liga e que podem estrear nesta temporada. Dentre eles os defensores, Mikey Anderson e Tobias Björnfot, os forwards Gabriel Vilardi, Jaret Anderson-Dolan e a expectativa da participação dos prospects Quinton Byfield, Alex Turcotte e Arthur Kaliyev em algum momento da temporada. 

Com tudo o que sabemos sobre a Divisão Pacífica, há grandes chances dos Kings conseguirem se classificar para os playoffs. Mas talvez, seja a hora da franquia avaliar suas estratégias de mudanças e buscar alternativas a curto prazo para terem um melhor resultado no gelo. 

San Jose Sharks

Ainda falando sobre times que estão se reconstruindo, os Sharks mais uma vez chegam a uma temporada com um ponto de interrogação. A maior parte do seu cap está ocupado com jogadores 30+, dentre eles Evander Kane, que está afastado por tempo indeterminado enquanto a NHL investiga diversas acusações sobre o jogador. Além dele, os Sharks também estão com os contratos de Erik Karlsson, Brent Burns, Marc-Édouard Vlasic, Logan Couture e o buyout de Martin Jones ocupando seu cap. Nenhum destes jogadores estão ficando mais novos e, sem espaço no cap, a franquia pode ter dificuldade de convocar novos talentos para o seu roster.

Porém, pode haver uma luz no fim do túnel para o time da Califórnia. Nomes como o defensor Tomas Hertl, de apenas 22 anos, estão começando a aparecer. Entretanto, esta é a última temporada do contrato de Hertl e, assim, os Sharks precisam abrir espaço salarial se quiserem assegurar uma das suas novas estrelas. No gol, a vaga também está em aberto. A equipe assinou com James Reimer nessa offseason, e o goleiro deve revezar as redes com Adin Hill.

Sem dúvidas, o maior desafio desta temporada para o time de San Jose não será no gelo. Para trazer resultados, a equipe precisará mexer nos bolsos e talvez arriscar perder alguma nova estrela enquanto contratos cheios de no-movement clauses ainda seguem válidos. Para o torcedor, muita paciência para acompanhar essa dança das cadeiras enquanto as redes adversárias seguem vazias. 

Seattle Kraken

Sem dúvidas, a grande expectativa para esta temporada é o novo time de Seattle. A franquia, que chega com uma nova proposta de organização, teve a oportunidade de montar uma equipe experiente. A grande dúvida acerca do Kraken é se eles irão conseguir igualar (ou superar) a temporada de estreia dos Golden Knights em 2017. E, com expectativas tão altas, surpresas podem acontecer. 

Seattle apostou em jogadores veteranos como os forwards Brandon Tanev e Yanni Gourde, e os defensores Mark Giordano e Jamie Oleksiak para formar a base do seu time. Porém, não se esqueceu de jogadores mais novos que já fizeram boas temporadas na NHL como Haydn Fleury e Alex Wennberg.

Entretanto, a grande questão é saber como estes jogadores vão se entrosar no gelo. Com planos de fazer uma boa temporada de estreia, Dave Hakstol terá que fazer um excelente trabalho atrás do banco. A verdade é: ou veremos uma excelente temporada de estreia, ou um péssimo desempenho enquanto começam a colocar ordem na casa. 

Vancouver Canucks

No último domingo (3), Vancouver renovou o contrato com dois dos seus jogadores que fizeram a diferença nas últimas temporadas: Elias Pettersson e Quinn Hughes. Entretanto, apesar de ambos terem sido finalistas do Calder Trophy nas respectivas temporadas de estreia, 2020-21 não foi a melhor fase para Pettersson ou Hughes. O primeiro perdeu os últimos trinta jogos da temporada com uma lesão no punho, enquanto Hughes parece ter tido problemas com sua dupla no gelo desde que Travis Hamonic se afastou por problemas pessoais. Para a 2021-22, os Canucks dependem da volta destes dois jogadores para sua melhor forma. 

Entretanto, um time não é feito por dois jogadores. O time de Vancouver foi ao mercado nesta offseason buscando aprimorar a sua defesa. Assim, Oliver Ekman-Larsson (ARI) chegou em julho junto com Tucker Poolman (WPG) como promessa de uma nova linha de defesa. Nas redes, Thatcher Demko e Jaroslav Halak irão revesar a posição.

O objetivo dos Canucks para esta temporada é seguir investindo nos seus prospects e chegar aos playoffs. O time vem fazendo uma renovação do roster a partir do draft há alguns anos e, nomes como Pettersson, Hughes e Brock Boeser são exemplos de que a estratégia está dando certo. Agora, eles precisam começar a colher resultados. 

Vegas Golden Knights

O Vegas Golden Knights ainda não sabe o que é ter uma temporada ruim. Porém, parte do motivo para o seu sucesso nas últimas duas temporadas foi a dupla de goleiros Robin Lehner e Marc-André Fleury. Com a ida do segundo para o Chicago Blackhawks, Vegas pode precisar de alguns jogos para se adaptar com a ausência do atual vencedor do Vezina. Não que o time esteja ruim nas redes, pois Laurent Brossoit chega do Winnipeg Jets com uma SV% de .918. Sem dúvidas esta transição não irá demorar. 

Mas então o que Vegas precisa melhorar para 2021-22? Para começar, é preciso fazer melhorias no seu powerplay. Contra o Montreal Canadiens nas semifinais, foi justamente essa deficiência que os tirou da disputa pela Stanley Cup. Porém, o acréscimo de Evgenii Dadonov e Nolan Patrick ao roster sem dúvidas vai melhorar o poder ofensivo do time. Dadonov marcou 25 gols no powerplay pelo Florida Panthers enquanto Patrick, que ficou boa parte da temporada anterior fora do gelo, tem tudo para jogar em frente ao gol ao lado de Mark Stone. 

Não há dúvidas de que Vegas chega a mais uma temporada pronto para conquistar sua vaga nos playoffs. Com uma equipe constante, decisiva e sem um adversário mais forte na divisão, o passe para a pós-temporada é apenas uma questão de tempo. Mas será que este é o ano que veremos os Golden Knights com uma Stanley Cup? Ou talvez não ser mais o “calouro” da NHL provoque uma pressão ainda maior em um time que não sabe lidar com ela?

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